Por Valmir Junior
"The Temple of the King", composta por Ritchie Blackmore e Ronnie James Dio, é muito mais que uma balada do rock clássico. Lançada em 1975 pela banda Rainbow, a canção ecoa temas profundos que transcendem o simples entretenimento musical. Ela narra uma jornada simbólica que pode ser lida como uma alegoria espiritual, profundamente ligada aos arquétipos universais do caminho iniciático, tão caros à Maçonaria, à Rosa-Cruz, às Escolas de Mistérios e aos sistemas de autodescobrimento interior.
A letra da música descreve um jovem que escuta um chamado e parte em busca de algo sagrado — o Templo do Rei. A linguagem é poética e simbólica, remetendo diretamente à estrutura dos antigos mistérios e à tradição esotérica do Ocidente.
“One day, in the year of the fox...”
O "ano da raposa" não se refere a um tempo literal, mas simbólico. A raposa é, em muitas culturas, símbolo da astúcia, do espírito que atravessa os véus da ilusão.
“When the strong young man of the rising sun heard the tolling of the great black bell...”
O protagonista é um jovem nascido sob o "sol nascente" — símbolo de renovação e iluminação. O "grande sino negro" é o som do chamado iniciático, aquele momento crucial de despertar espiritual.
“There was a time, just a time for everything...”
Há um tempo certo para cada coisa — o kairos, o momento sagrado da iniciação.
“And the wise man saw he had the answer...”
O sábio representa o mestre iniciador, aquele que conduz e observa o caminhar do neófito.
“To the Temple of the King”
O Templo pode ser:
“And he bowed down to the temple of the king...”
O ato de prostração representa reverência e reconhecimento do Mistério.
“Far from the circle at the edge of the world...”
Ele parte do mundo profano e adentra o mundo sagrado, guiado pelas histórias dos antigos.
A música é um rito completo de iniciação:
Mesmo que não seja explicitamente maçônica, a música possui símbolos que ecoam fortemente nos ritos iniciáticos:
"The Temple of the King" é uma obra-prima do rock espiritualizado. Seus versos narram uma jornada de autoconhecimento e busca pelo sagrado que ultrapassa religiões e tradições. Para os iniciados nos Mistérios, é um lembrete do propósito maior: encontrar, dentro de si mesmo, o verdadeiro Templo do Rei.